Você tem a sensação de estar perdido em virtude da avalanche de informações que estão ocorrendo e você não está conseguindo acompanhar? Sente-se que não está preparado e que não tem competência empreendedora para fazer acontecer? Questiona a sua capacidade e, às vezes, se pergunta se está no caminho certo?
Pois bem, saiba que você não está sozinho. No meio que convivo, 99% das pessoas estão se questionando ou sofrendo em virtude disso. Queria compartilhar com vocês um pouco do que tenho lido, observado e vivenciado no meu dia a dia.
2,2 milhões de terabytes de novos dados são criados todos os dias no mundo. Isso é como se tivéssemos armazenando 704 bilhões de fotos digitais em um único dia; no Youtube, por exemplo, a cada minuto são carregadas mais de 300 horas de vídeo. Nesse exato minuto, 2 milhões de consultas são feitas no Google, 100 mil mensagens estão sendo enviadas pelo Twitter e cerca de 200 milhões de e-mails são disparados. Na virada do ano, 75 bilhões de mensagens foram enviadas por WhatsApp no mundo.
O excesso de informações pode gerar uma certa angústia em algumas pessoas, bem como gerar um sentimento de impotência em virtude de não conseguirem acompanhar esse ritmo. Se você se identificou com isso, atenção e cuidado, esse número será bem maior em um curto espaço de tempo.
Como alguns especialistas tem defendido, estamos vivendo em mundo VUCA. Um mundo de extrema Volatilidade, ou seja, situações do cotidiano acabam se tornando inesperadas ou mais instáveis do que você imaginava.
Outro fator do mundo VUCA se refere a ampliação da incerteza (Uncertainty ), ou seja, novos modelos de negócio, bruscas rupturas na tecnologia e novos hábitos do consumidor surpreendem o mercado de formas inesperadas. Hoje, uma impressora 3D pode imprimir uma casa de 55m2 em 24 horas por 4 mil dólares. Já imaginaram o impacto disso, apenas em uma das maiores cadeias geradoras de emprego e renda, a construção civil? Outra característica se refere a Complexidade, ou seja, o volume de dados que envolve a realidade é astronômico e com uma interconexão interminável dificultando a análise do todo e das partes. E, por último, estamos vivendo em um mundo de Ambiguidades, ou seja, existe uma grande dificuldade da análise de causa e efeito e portanto existem posicionamentos extremos em virtude, às vezes, dessa dificuldade de visualização.
Não é a toa que a depressão é a quarta causa global de incapacidade e deve se tornar a segunda até 2020. As pessoas estão vivenciando esse movimento e muitas não estão encontrando uma luz no fim do túnel.
O que devemos fazer? Esse empreendedor não tem a pretensão de tirar o coelho da cartola e dar uma receita para todas as ocasiões, mas sim repassar algumas percepções e caminhos que tenho procurado adotar em virtude de leituras, experiências e conexões.
Quando a incerteza aumenta, eu procuro ampliar as conexões com o maior número de pessoas. Escutar coisas diferentes, entender o que as pessoas estão desenvolvendo e praticar a verdadeira conexão social (gente com gente, olho no olho, diálogo real). Isso amplia a sua capacidade de visualização, bem como minimiza a possibilidade do erro. De acordo com o Fórum Mundial Econômico, uma das principais competências do futuro se refere a nossa capacidade de desenvolvermos a flexibilidade cognitiva, ou seja, desenvolvermos ou usarmos diferentes conjuntos de regras para combinarmos as coisas de diferentes maneiras. A lógica linear, talvez, não servirá mais para alguns mercados, portanto se permita escutar e vivenciar coisas diferentes.
Não preciso nem falar da importância cada vez maior de procurarmos entender, questionar e desafiar o ser que pode dificultar ou facilitar esse movimento, ou seja, “VOCÊ”. Eu comecei a entender e desafiar alguns medos que tenho, bem como algumas crenças limitadoras. Isso é libertador e ao mesmo tempo desafiador. Portanto, desenvolvermos a nossa inteligência emocional é outro fator mega importante.
Em tudo que desenvolvo tenho procurado desenvolver a minha competência de servir as pessoas. Sim, a melhor forma de aprendermos e sermos retribuídos (sem cobrar a retribuição) , é desenvolvermos um interesse genuíno e legítimo de servirmos de corpo e alma o outro ser humano. O sentimento de que “Eu estive aqui e fiz o melhor que pude nesse momento para essa conexão.”
A nossa capacidade de julgarmos outras pessoas também tem estado em cheque. Porque aquela pessoa está fazendo aquilo? O que eu não estou enxergando que pode facilitar a criação de uma empatia? Será que ela realmente é aquilo que eu estou enxergando? Cuidar da minha lente. Ela tem ficado embaçada em vários momentos. E mais do que isso, às vezes, é importante tirar a sua lente e pedir emprestada a do outro para que efetivamente você procure enxergar com outro ponto de vista. Humildade e respeito são palavras chaves.
Para onde estamos indo? Eu não sei. Mas, como diz um excelente desenho animado “Continue a nadar!” E lembre-se que, às vezes, você vai se perder no caminho. Não tem problema. Volte, defina outro, mas continue a nadar. Quando você faz um eletrocardiograma, a oscilação (altos e baixos) é que define como você está. Quando aparecer em seu eletrocardiograma uma linha horizontal, ou seja, sem turbulência e oscilação, significa o seu fim.
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