Qual a sua capacidade de colocar conhecimento e planejamento em prática? Cursos de aperfeiçoamento, plano de negócios, definição de missão, valores e visão… nada disso tem efeito sem a capacidade de execução, ou seja, a habilidade da iniciativa de tornar realidade o que está no papel.
Muitas empresas acabam com o crescimento comprometido devido ao gap existente entre a estratégia desenhada e a operação propriamente dita. Para alcançar êxito, as duas frentes precisam ser complementares: uma execução excelente, além da postura adequada, necessita de planejamento e monitoramento bem-feitos.
A ponte que une estratégia e execução é definida por Jorge Pedraza, escritor e PhD em literatura corporativa, como capacidade tática. Trata-se da habilidade da equipe como um todo em traduzir as estratégias em ações táticas e decisivas, de forma rápida e eficaz, mesmo que o ambiente seja de pressão, condições difíceis e mutáveis.
Dessa forma, o crescimento de uma empresa depende de uma tríade de capacidades: estratégica, tática e de execução. Ela será responsável não só pela eficiência financeira, mas pela competitividade, poder de inovação e concretização da marca no mercado.
Por que saber executar é tão importante?
Larry Bossidy e Ram Charan, autores do livro “Execução: a disciplina para atingir resultados”, afirmam: “A menos que as grandes ideias sejam traduzidas em passos concretos de ação, elas são inúteis. Sem execução, a ideia inovadora se esfacela, a aprendizagem não agrega valor, as pessoas não cumprem suas metas ambiciosas e a revolução morre na praia”.
Nesse sentido, a capacidade de execução representa muito mais do que uma parte integrante da estratégia, trata-se do coração de toda a organização. Algo com tal importância leva tempo, pede conhecimento profundo dos processos, das pessoas envolvidas e, principalmente, de gestão.
De acordo com os autores, são 3 os processos-chaves envolvidos: o de pessoal, o de estratégia e o de execução. O primeiro diz respeito à escolha da pessoa certa para realizar determinada tarefa, ao briefing e ao monitoramento/feedback. O segundo define a assertividade na leitura dos macro e microambientes para definição do que será executado e os recursos necessários para isso. Já o terceiro, traz a possibilidade de lidar e tomar decisões em diferentes tipos de cenário.
O papel do líder na capacidade de execução
A cultura de poder ainda é comum em muitas empresas. Nelas, as equipes não possuem autonomia e as decisões ficam restritas à alta cúpula. Essa realidade vai de encontro à capacidade de execução excelente. Cabe ao líder estabelecer uma nova forma de trabalho, guiada pela cultura da colaboração.
Empresas modernas com times performáticos e de alta capacidade tática possuem como características o empoderamento de cada colaborador, a comunicação eficiente e a mentalidade de enxergar problemas como a possibilidade de inovar e surpreender o mercado.
O papel da liderança passa a ser, então, gerir e incentivar pessoas a terem autonomia e trabalhar em equipe, bem como sustentar, monitorar e, quando necessário, corrigir estratégias e ações. Esse é o caminho para construir uma empresa ágil, com grande potencial de crescimento e entrega de resultados concretos.
Isso é ainda mais importante diante do cenário no qual as disrupções são cada vez mais comuns e a realidade é volátil, altamente mutável e imprevisível. Ter a empresa trabalhando em conjunto, de forma coordenada e com os principais objetivos em vista, torna as questões externas mais perceptíveis e a equipe mais engajada com o propósito, aproximando, assim a capacidade de execução de obter os bons resultados.
Construindo uma execução excelente
- Tenha uma cultura empresarial bem definida e enraizada.
- Seja realista ao construir estratégias, entenda qual a real capacidade da empresa.
- Defina as metas e torne-as de conhecimento geral.
- Conheça a equipe e saiba distribuir as tarefas de acordo com as melhores habilidades de cada pessoa.
- Garanta que toda a equipe esteja por dentro das estratégias e metas, bem como a capacidade de execução engajada para atingir o resultado desejado.
- Incentive a colaboração e a autonomia.
- Monitore todas as etapas e trabalhos que estão sendo realizados. Os KPIS (indicadores-chave de performance) são uma boa ferramenta para isso.
- Faça feedbacks com a equipe e reconheça os bons resultados.
- Recalcule a rota se necessário. Imprevistos fazem parte, basta aprender com eles.