O trabalho é um ponto central na vida da maioria das pessoas. É nele que dedicamos a maior parte do tempo durante nossa vida adulta. Logo, era de se esperar que nossas atividades profissionais exerçam grande impacto na nossa rotina (e saúde). Isso se acentua ainda mais em um contexto de pandemia e crise econômica, quando o clima de medo e incerteza toma conta do ar. Esse tipo de situação cria um cenário estressante, onde o bem-estar do funcionário fica comprometido e síndromes como o burnout podem aparecer.
Evitar isso não é uma tarefa fácil, ainda mais no período em que estamos vivendo. De acordo com o relatório Índice das Tendências de Trabalho, elaborado pela Microsoft, mais de 30% dos trabalhadores remotos e de linha de frente afirmam que a pandemia aumentou seu esgotamento profissional e comprometeu seu bem-estar. Esses são os principais pontos catalizadores do burnout, que inclusive reconhecido em agosto de 2019 como uma doença ocupacional pela OMS.
Muito semelhante à depressão, o burnout faz com o funcionário tenha distúrbios no sono, alterações no humor e até mesmo falhas na memória. Esse problema se estende além do ambiente profissional, afetando também a vida pessoal de um indivíduo. É comum que pessoas com essa doença se isolem e experimente uma constante deterioração da sua saúde mental.
Burnout, bem-estar e produtividade
Prestar atenção na saúde e bem-estar do funcionário vai além de uma questão de empatia. Esse é um fator primordial para garantir a produtividade da sua equipe. Um colaborador emocionalmente comprometido causa não apenas a sua própria queda de produtividade, como de sua equipe. É o que aponta um estudo da School of Management da Universidade de Buffalo, em Nova York, publicado pelo Journal of Applied Psychology.
De acordo com o estudo, um funcionário que apresente síndromes como o do burnout pode ser um vetor de problemas. Entre os principais impactos na rotina de trabalho estão os prejuízos à saúde de seus colegas de trabalho, alta rotatividade e baixo desempenho na equipe, gerando perdas de quase US$ 6 bilhões anuais apenas à economia americana. O Brasil não está fora dessa equação. Segundo o relatório da Microsoft, o brasileiro trabalhou em média 1.1 hora a mais durante o período da quarentena.
Como garantir, portanto, que o bem-estar emocional e físico dos seus funcionários seja preservado durante esse período?
Como saber se meu funcionário está com burnout?
Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer o problema. Com seu estudo, a Microsoft chegou à cinco conclusões sobre o impacto da pandemia na saúde dos funcionários. São elas:
- A pandemia aumentou o esgotamento profissional, em alguns países mais do que em outros;
- As causas do estresse relacionado ao trabalho são diferentes para os trabalhadores remotos e os trabalhadores de linha de frente;
- Depois de seis meses, as comunicações aumentaram e os limites diminuíram;
- Não ter que sair de casa para ir ao trabalho pode estar prejudicando, e não melhorando, a produtividade dos trabalhadores remotos;
- As pesquisas revelam como a meditação pode ajudar a lidar com a exaustão e o estresse durante o dia de trabalho;
O estudo aponta que os australianos foram os que mais tiveram seu bem-estar afetado pelo período. Em seguida temos Singapura, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. Para o gestor, esses dados se tornam essenciais na hora de analisar a situação. Eles evidenciam que o problema não está limitado apenas à países desenvolvidos.
Burnout: um problema estrutural
O burnout é um problema estrutural. Ele está intimamente ligado com a forma que esses países lidaram com a pandemia; incluindo as políticas públicas de contenção elaboradas durante o período e adaptação das empresas a essa nova realidade. Ele também desmistifica o mito de que o trabalho remoto é um facilitador para a vida dos profissionais. Afinal, não é porque o trabalhador está em casa que sua produtividade (e tempo livre) precisam aumentar.
Também vale a pena mencionar que problemas como o burnout são uma realidade em países como o Brasil – e muito antes da pandemia da COVID-19. Segundo a OMS, a doença afetou 20 milhões de brasileiros em 2019.
Começando a trabalhar o problema
Você é um gestor preocupado, tanto com seus funcionários, quanto com os resultados da empresa. Portanto, deve lidar com o burnout com seriedade. O primeiro passo é identificar o ponto de estresse em seus colaboradores.
A forma mais efetiva de conseguir isso é simples: perguntando. Mas o relatório da Microsoft nos dá um norte sobre quais pontos devemos dar mais atenção. Os pesquisadores separaram doze opções e pediram para os trabalhadores apontarem quais foram os principais agentes estressores.
O principal deles foi a preocupação em contrair a COVID-19, seguido pela falta de separação entre o trabalho e a vida pessoal, a sensação de desconexão dos colegas e horas de trabalho ou uma carga de trabalho difíceis de administrar.
Alguns desses problemas se aplicam mais aos trabalhadores de linha de frente, que precisam estar na rua e submetidos à riscos. Outros são característicos do trabalho remoto. É necessário você conhecer o perfil de trabalho dos seus colaboradores antes de tomar ações quanto a isso.
Cuidando do bem-estar dos seus funcionários
Com o perfil em mente, é hora de lutar contra o burnout. Caso sua empresa atue na linha de frente contra o COVID-19, sair de casa se torna inevitável. Esse é o momento de mostrar preocupação com seus colaboradores. O gestor deve promover campanhas informativas, checar constantemente a saúde e bem-estar dos seus funcionários e prover assistência em caso de doenças.
Isso causa resultados que vão muito além do bem-estar individual dos colaboradores. Essas atitudes geram precedentes, que ajudam a criar um ambiente de segurança. Os profissionais são constantemente lembrados de que a empresa leva o assunto de forma responsável. Muito além disso, eles também sabem que, em caso de necessidade, eles possuem um ponto de suporte.
Um sentimento de segurança
Mostrar que você se importa com a saúde mental e física cria uma relação de confiança entre empresa e colaborador. Com isso, também criamos um vínculo de interdependência. Afinal, você precisa do funcionário – e o funcionário precisa de você.
“Não estou sozinho, posso contar com minha organização.”
No caso de trabalhadores remotos, a ideia é a mesma. Eles estão sozinhos em casa, sem contato com seus colegas de trabalho. Muitos deles também se encontram em uma posição de responsabilidade, onde são responsáveis pelo sustento e bem-estar de suas famílias. Esses profissionais não podem sentir que estão lutando uma guerra sozinhos.
Lembre seus funcionários de que esse ainda é um trabalho em equipe
Em uma empresa com diversos setores, todo o trabalho é feito de forma conjunta. Os setores colaboram entre si constantemente, coisa que pode ser facilmente esquecida durante o trabalho remoto.
Em um ambiente normal, a presença física colabora com essa sensação de constante colaboração. Todos estão muito acessíveis e ocupam o mesmo espaço de produtividade que você. No home office, você está sozinho. É fácil se isolar em uma situação dessas.
Promover a integração entre setores se torna essencial para a manutenção do bem-estar. Não estamos falando sobre reuniões constantes e numerosas. Isso já está acontecendo bastante. O número de videochamadas aumentou 55% durante o período de quarentena, afirma a Microsoft. E isso não é necessariamente bom. Reuniões constantes podem ser outro catalisador do estresse e fadiga, em fenômeno batizado de “fadiga do Zoom” por pesquisadores.
O gestor deve promover a integração em ambientes digitais, mas não apenas por videochamadas. Tornar natural o processo de comunicação em redes sociais, como o WhatsApp, é essencial. O objetivo é que o colaborador veja essas ferramentas como uma forma de contato tão válida quanto o contato “olho a olho”.
Como fazer isso? Comece parando de mandar mensagens fora do horário comercial. Isso apenas cria aversão às plataformas. Também mantenha um fluxo de comunicação nos “grupos de trabalho”, lembrando aos colaboradores que esse é um momento de trabalho.
Prepare-se para o retorno
Por fim, é necessário estar preparado para o retorno dos trabalhos presenciais – coisa que já começou a acontecer na maioria das cidades do Brasil. A batalha pelo bem-estar dos funcionários não acaba com o fim do home office.
Garanta que eles irão encontrar um ambiente seguro, confortável e que os estimule. Nesse momento, essa é uma das grandes preocupações da Mango Tree. Nossos ambientes são constantemente limpos, com ampla disponibilização de insumos de segurança (como álcool em gel), garantindo que todos os colaboradores se sintam confortáveis com o retorno do escritório.
Nossos ambientes também foram projetados para garantir o bom humor e produtividade dos seus funcionários. Escrevemos um artigo explicando como, e você pode conferir neste link.