“Co” significa companhia, união. “Working”, trabalho. Os conceitos respondem parcialmente a pergunta “o que é coworking?” De forma simplificada, é o compartilhamento de um espaço voltado para o trabalho por diferentes empresas e profissionais que não são necessariamente do mesmo ramo.
Mas a resposta para “o que é coworking?” pode ir muito além disso. Com o passar dos anos o coworking deixou de oferecer apenas um espaço para o trabalho e ampliou os serviços. O que antes era voltado para profissionais autônomos que buscavam local para trabalhar por um dia, agora oferece desde salas privativas e de reunião, até copa e área de descontração para que empresas e autônomos possam fazer do local seu escritório. Tudo isso sem perder a principal característica: o networking.
A história do coworking
O termo coworking foi criado em 1999 pelo designer de games Bernie de Koven, mas na época designava um espaço digital. Foi em 2005 que ele passou a ser usado para intitular um espaço físico criado por Brad Neuberg em São Francisco, na Califórnia, EUA.
Neuberg decidiu abrir as portas do apartamento onde ele e outros dois profissionais do ramo de tecnologia trabalhavam. Conhecido como Hat Factory, o local recebia pessoas que precisavam de um lugar para trabalhar por um dia, de forma avulsa, e que queriam compartilhar experiências.
O modelo foi dando certo e evoluiu para o que conhecemos atualmente: uma estrutura que oferece diferentes opções de espaços de trabalho planejados para serem confortáveis, produtivos e colaborativos.
Hoje os coworking estão espalhados pelo mundo. No Brasil já existem 1.497 desses espaços em atividade, segundo o Censo Coworking Brasil de 2019. A maioria deles, 663, está no estado de São Paulo, que é seguido de Rio de Janeiro (129) e Minas Gerais (112).
Como funciona um coworking?
Os coworkings atuais possuem diferentes tipos de ambientes. A Mango Tree, por exemplo, oferece salas privativas, de reunião e de atendimento, mesa compartilhada, auditório para treinamento, espaço de networking, copa, mercadinho e até biblioteca. O cliente paga para usar o espaço de trabalho que deseja e pode usufruir das comodidades.
Esses espaços de trabalho podem ser alugados por dia, horas (32h, 64h ou 96h), ou em planos mensal, trimestral, semestral e anual. Os recursos disponibilizados dependem do pacote contratado.
Serviços como limpeza, internet de alta velocidade e secretária estão inclusos em todos os pacotes. Também não há necessidade de se preocupar com o pagamento de contas como água, luz e IPTU. A burocracia para contratar o espaço é mínima, sem necessidade de comprovação de renda, fiador, etc. Em outras palavras, no coworking a única preocupação é chegar, trabalhar e criar networking como os “vizinhos” de sala ou cadeira, o que pode alavancar os negócios.
Quais as vantagens e desvantagens?
Quando perguntados sobre as vantagens do coworking, os profissionais que já experimentaram o modelo de trabalho costumam citar preço atrativo, melhora do rendimento profissional e pessoal, estrutura e networking.
Os dados comprovam isso. Por estar num espaço onde todas as contas (luz, internet, água, IPTU, etc) vêm simplificadas em uma, no valor contratado do pacote, os empresários podem economizar até 20% por mês se comparado aos custos de um escritório tradicional.
Além disso, sem a necessidade de administrar o espaço e com todos os facilities à disposição, 64% dos coworkers entrevistado por uma pesquisa global realizada pelas empresas Wix e Officevibe disseram ter melhorado o desempenho. Em relação ao networking, 91% dizem ter incrementado seus contatos e interações.
Para os que nunca trabalharam em um coworking, o medo de ruídos e distrações costuma aparecer como desvantagem. Porém, os coworkers asseguram que não há diferença para um escritório tradicional, onde barulhos e interrupções de colegas podem acontecer.
Ter um espaço pronto, sem a possibilidade de colocar uma identidade pessoal ou da empresa também pode ser visto como uma desvantagem. O deslocamento é outro ponto que pesa em relação ao home office. Mas, economia, networking (que é tão importante atualmente) e o conforto gerado pela estrutura e pelos facilities acabam se sobressaindo.
Para quem o coworking é indicado?
Não há um perfil definido para trabalhar em coworking. Isso porque o espaço pode acolher profissionais de diferentes ramos e perfis. Desde autônomos até empresas com vários funcionários costumam se adaptar muito bem.
Arquitetos, advogados, contadores, profissionais de TI, de comunicação, de marketing digital, coaches, psicólogos e muitos outros estão se mudando de forma definitiva para os coworkings.
Portanto, a profissão exercida não é o fator que mais influencia. O empresário deve analisar o seu perfil e o da empresa (está preparado para um ambiente colaborativo?), pesquisar o coworking que mais se encaixa, o tipo de espaço ideal e ainda se preocupar com localização e serviços oferecido (tanto internos, quanto nas proximidades). Se tudo estiver em perfeita harmonia, a chance de a mudança para o coworking dar certo é muito grande.